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Petropolis, RJ
Meu nome é Marcia Henriques, sou Cuidadora no momento com um pouco de tempo livre resolvi abrir na Net um Cantinho para todas as mulheres que assim como eu, sempre tem algo por dizer. São nossos convidados tambem, os homens que sabem, amar, respeitar e valorizar suas mulheres, mâes, filhas, amigas, esposas etc... Sejam todos bem vindos e explorem este espaço que não é so meu, é seu, é nosso. Marcia Henriques

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meu ninho ficou vazio




Mãezinha
Li esse texto da Carolina Ferraz na revista Cláudia quando estava no salão fazendo o meu cabelo e resolvi rasgar a reportagem e digitar tudo tim tim por tim tim pra vc!!!!! rs

MEU NINHO FICOU VAZINHO

"Quem diria... pensei que eu, uma mulher dinâmica, que trabalha muito, tem uma vida intensa, cheia de obrigações e responsabilidades, fosse passar pelo que estou passando. Na minha doce ignorância, imaginava que a famosa "síndrome do ninho vazio" fosee coisa de mulheres que não trabalhavam fora, viviam trancadas no casamento (felizes ou infelizes) e dedicavam a vida apenas a criar os filhos e gerenciar a família. Hoje penso sobre tudo isso e vejo como fui arrogante e preconceituosa, ou, talvez, tenha sido apenas humana e tentado inultilmente, como em tantas outras situações da vida, fazer de conta que temos o controle de tudo.

Quero dividir com vcs, mulheres, trabalhadoras, mães, donas de casa e, poe que não dizer, meus amigos e pais também, esse momento especial. Tenho uma filha linda, que amo profundamente. Inteligente, boa de coração, responsável, generosa, se sai bem nos estudos... Valentina merece tudo de melhor que a vida possa lhe reservar! E vejam: a vida, surpreendente como ela só, trouxe uma oportunidade irrecusável para minha filha. Confesso que fuquei muito orgulhosa. Embora nunca tenha sido a melhor da turma, é uma boa aluna, nunca ficou de recuperação (esse é o nosso combinado). No entanto, sempre foi ótima em matemática, e por isso foi aceita numa excelente escola fora do país.

Acredite, é uma daquelas escolas pequenas, cheias de pré-requisitos para aceitar alunos e muito conhecida pela qualidade de ensino. Ela ficou eufórica e eu também. Muito madura disse: "É a hora certa, mamãe. Não tenho namorado como as minhas amigas; portanto, nada me prende aqui. Vou voltar falando mais duas línguas e poderei acrescentar pontos para o futuro ser aceita em uma boa faculdade!" Encerrado esse discurso, ela então me perguntou: "Mas e vc, mãe, o que vai ser de vc quando eu me for?" Respirei fundo e disse que era tudo bobagem e que obviamente ficaria bem.

Nunca uma mentirinha me custou tão caro... Meus amigos brincam comigo, pois, desde esse dia, sempre que menciono, com orgulho, que minha filha vai estudar fora, simplesmente não consigo me controlar e meus olhos se enchem de lágrima (mais ou menos como neste minuto em que estou escrevendo). Sinto-me ridícula, mas não sei como dominar as lágrimas! Outro dia, estávamos em casa com alguns conhecidos, e eu me abria com uma grande amiga sobre como me sentia. A Valentina passou por nós e ouviu parte da conversa. "Nossa, mãe, vc fala assim sobre minha viagem com todo mundo?" Eu respondi morrendo de rir: "Com todo mundo, não, meu amor. Está mais pra qualquer um, tá valendo? Tipo: mamãe vai à feira e, se o feirante for um pouquinho mais simpático, já lasco um assunto com toda força: O senhor sabe, tenho uma filha que vai estudar fora, ando morrendo de saudades antecipadas. Por isso, veja se capricha nas alcachofras, pois ela é louca por alcachofras!" Se vou à ótica, basta ver uma cor de óculos que me faça lembrar de vc que começo: "Minha filha adora amarelo. Ela vai estudar fora e vou morrer de saudades..." Ou seja, faço de qualquer inocente um pouco mais acolhedor uma vítima perfeita para minhas lamúrias.

Perceba então, minha filha, que meu assunto é vc e sua viagem aonde quer que eu vá, com quem quer que eu fale e a qualquer momento do dia.

Temos uma relação muito especial. Vcs (com todo direito) podem achar que estou exagerando, mas gostaria de acreditar que realmente temos uma conexão muito particular. Afinal, somos eu e ela o tempo todo. Lembranças surgem a cada instante, pequenas coisas que preencheram meus dias ao longo desses 15 anos. Lembro que semore tinha balas juquinhas no carro, pois eram as preferidas dela. Quando Valentina era menor, eu, amante que sou da música eletrônica, colocava minha preferidas e dançávamos feito loucas, sacundindo os cabelos! Nós e qualquer amiguinha dela que andasse conosco pulávamos e dançávamos ao som de um bom house, e apelidaram o meu carro carinhosamente de dancing car. Imagine, um bando de pecurruchas de 8 ou 9 anos pulando e dançando loucamente. Era lindo de ver! Quantas noites não perdemosquando, dormindo juntas, ríamos uma da outra por bobagens... Ríamos tanto que ela até perdia o sono e eu me sentia a pior mãe do mundo! Sempre rimos muito juntas, graças a Deus ela é muito bem humorada.

Fiz minha parte na educação dela, mas, daqui para a frente, essa relação muda, e os pais passam a funcionar mais como um apoio, um guia...

O trabalho educativo se transforma em monitoramento participativo. Minha filha cresceu e aos poucos segue a ordem natural das coisas. Vai buscando entre erros e acertos o próprio caminho, como eu fiz, como vcs também devem ter feito. Não imagino uma maneira pior ou melhor de passar por tudo isso, mas, quando penso que esse é o fluxo natural das coisas, de certa maneira me acalmo. Por dentro, porém, estou questionando toda a minha vida. As decisões que tomei, os amores que tive, a casa em que moro, o que realmente é importante ou não! Hoje, mais madura, olho para outras mães com mais complacência, me coloco lado a lado com elas e nossas histórias.

Como ocupar um ninho vazio? Como preencher com ruídos aquele lugar que já foi tão de vida e onde hj habita o silêncio? Percebo que pouco importa quão ocupada e dinÂmica eu seja, pois no final do dia é para esse mesmo lugar que volto. O que antes era preenchido por uma menina, hoje vou ocupar com outras coisas, e aí reside o problema todo. Além da sensação de vazio absurda, sinto a obrigação moral de prenchê-lo com coisas absolutamente essenciais. Afinal, esse espaço pertencia ao meu bem mais precioso... Tenho certeza de que nada substitui nada, mas a busca é um exercício fundamental para qualquer ser humano que goste da vida como um processo contínuo e evolutivo. E sabe de uma coisa? Passado o desespero inicial, começo timidamente a achar que vou sair melhor e mais humana dessa experiência.

O fato real de ter que decidir o que realmente importa, sem espaço para frescuras ou dramas bobos, vai fazer de mim não apenas um ser humano melhor e uma mãe melhor também. Quando nos encontramos diante do inevitável, sempre percebemos uma nova maneira de ver a vida e as coisas. Perspectiva é tudo! Por isso, prometo tentar ser uma amiga mais presente, uma profissional mais criativa, me fazer mais companhia, ser uma amante mais generosa, uma pessoa mais disposta. Prometo também reclamar menos de coisas insignificantes e, se conseguir ao menos 10% disso, já terá sido incrível. Assim, quem sabe, quando for o momento da minha filha passar o que estou passando, estarei mais preparada e poderei ajudá-la com sentimentos que só a maturidade traz para nós: tranquilidade e segurança."

Por: Carolina Ferraz

CORAÇÃO TRANQUILO: "No passado quando as mulheres se dedicavam apenas à família, causava muito desconforto", afirma a psicóloga e pesquisadora Ida Kublikowski, de SP. Hoje, para quem trabalha fora e cultiva amigos, passeios, leitura e interesses próprios, a experiência é menos dolorosa. "A tristeza pela partida dos filhos não precisa desencadear um caos, uma síndrome. Pelo contrário, pode ser um momento positivo para a mulher reavaliar sua vida." Cuidar da cabeça e do corpo é fundamental para encarar com mais leveza a nova fase. Aí entra também a qualidade da relação conjugal, caso seja casada, afinal, quando os filhos saem, o casal se reencontra, e, se tudo estiver bem, ter mais tempo para namorar pode ser um benefício da casa vazia. "Toda crise pode ser uma oportunidade", afirma a terapeuta familiar Cristiana Gonçalves Pereira, de SP.


Viu, mãezinha?!?! E olha que a filha dela tem só 15 anos. E eu que saí com 28??? Tudo bem que com algumas diferençazinhas mas vc ainda está na lucro!!!!
uhauahauhauahau
Amei esse texto, achei demais. Vc aprendeu com minha avó, eu vou aprender com vc quando acontecer cmg!!!!

te amo


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